domingo, 31 de março de 2013

Não Compre Nada Que Não Seja Extraordinário


É em março que chegam às lojas as coleções primavera/verão, e que, por isso, se encontram as peças mais bonitas da estação.

É o momento certo para fazer uma viagem pelas casas de moda. Mas não se esqueça que mais importante que comprar é poder ver. Deleite a visão com as cores, os padrões, os cortes e as texturas. Não adquira nada por impulso, vá para casa pensar. Compre apenas alguma peça se, ao fim de um pequeno exercício que lhe apresento, ainda a achar fantástica:

1º - Vista uma roupa que ache que lhe fica muito bem. Ao experimentar qualquer peça, não aceite nada que não lhe assente, pelo menos, tão bem como o figurino com que saiu de casa;

2º - Faça uma lista das roupas, sapatos ou acessórios, que mais apreciou e gostaria de comprar;

3º - Não inclua na lista nada que, apesar de ser tendência, não se adequa ao seu estilo, ou tipo de corpo;

4º - Exclua também as peças que sejam semelhantes a outras que já possui;

5º - Vá reduzindo a lista, de modo a ficar apenas com os artigos que considere extraordinários, ou então que estejam a fazer, de facto, falta no seu closet. Não escolha nada que considere mais ou menos bonito, lhe fique mais ou menos bem, ou lhe faça mais ou menos falta;

6º - Quando a lista já estiver bastante reduzida, deixe passar uns dias e tente controlar o seu desejo de compra (se recear que o stock esgote peça para reservar);

7º - Provavelmente irá esquecer-se da saia, vestido, camisa ou sapatos... Que tanto gostou. Se isso acontecer, é sinal de que não eram importantes para si;

8º - Se, pelo contrário, algum dos artigos passou todos os requisitos, e continua convencida de que a peça é extraordinária, então pode comprá-la.

Lembre-se de que vale mais comprar apenas uma peça, mesmo mais cara, que, por diversos motivos, lhe encha as medidas, do que várias que não a satisfaçam completamente.

Com este procedimento irá certamente poupar dinheiro, e espaço nos seus armários.

Eu fiz o exercício, que lhe sugiro, e concluí que uma peça que merece a pena comprar, esta primavera/verão, é o vestido da marca brasileira Osklen cuja imagem agora junto.



domingo, 24 de março de 2013

Perguntemos aos estilistas como será o mundo amanhã

Interroga-se Eric Hobsbawm, recentemente falecido, no seu conhecidolivro A Era dos Extremos – História do Breve Século XX , por que razão os estilistas e criadores de moda nos países industrializados, conseguiam prever nas suas criações as mudanças mais significativas na cultura e nas mentalidades muitas vezes com vários anos de antecedência. Vê Hobsbawm este fenómeno como algo paradoxal tendo em conta o carácter nada reflexivo dos criadores na realização do seu mister. Esta observação tem para mim muito de provocador como dizem ter sido a sua personalidade. Esta provocação tem na sua origem, para mim, a contradição aparente em que a Arte na sua essência de coisa reprodutiva (Walter Benjamin) se transformou. Pensamos de imediato nos artistas da segunda metade do século XX que empurrados pela maciça produção dos Estados Unidos, a seguir a 1945, transformaram todo o mundo ocidental (e não só mas sobretudo) e com ela a Humanidade. Da Arte para elites passou-se para a Arte dos consumidores? E estes consumidores (a Humanidade) transformaram ou absorveram os juízes dessa Arte? Andy Warhol reflectiu sobre isto e muitos lhe seguiram até chegarmos a hoje onde o consenso sobre o que é Arte não é mais que miragem.

E no período que precede esta produção o homem e a mulher comum não consumia Arte? Claro que sim. E a 'moda' não codificava como hoje codifica as pessoas? Penso que também sim, será a resposta. Na Idade Média esta estratificação é visível na cor das vestes das várias Ordens Religiosas, os Nobres usavam cores só a eles acessíveis. Na Antiguidade, mulheres usavam peles de animais para executarem rituais sagrados chamados de 'Mistérios de Elêusis'. Não cai tudo isto, a forma como cobrimos o corpo no domínio da 'moda'? Num ponto, creio, que indiscutivelmente a 'moda' classificou a Humanidade, que é a classificação por género. De todo é recente, a catarse do transvestismo, do homem vestir-se com roupas que se convencionou serem de uso feminino e vice-versa.

De todo, é recente a necessidade deste transvestismo constituir para cada um o assumir do verdadeiro género sentido como verdadeiro pela própria pessoa. Homossexualidade ou mera dissociação invertida do género, o século XVIII viu nascer em Inglaterra, pelas fascinantes personagens que foram os Libertinos (não por acaso do deus Liber ou Pater Liber da Antiguidade) casas de prostituição masculina onde homens se vestiam de mulher tendo ou não relações com outros homens também estes vestidos ou não como as mulheres da época. Estas casas 'Molly's Houses' – molly – efeminado (a mais famosa 'Mother Clap's' fizeram as delícias dos contemporâneos e chocaria talvez hoje, os nossos contemporâneos portugueses. 

Ai que diferente é o amor em Inglaterra...?


Ana Marta Reis Almeida


segunda-feira, 18 de março de 2013

Coma uma sopa e compre um livro


Ouvimos com frequência notícias de falência de livrarias e editoras. A atual situação económica de Portugal afastou o público dos espaços culturais. 

Talvez seja o facto de terem medo de vir a passar fome, medo, aliás, legítimo, que faz com que apenas pensem em comida. Esquecem-se que o alimento para o espírito também é importante. 

Dia 21 deste mês começa a primavera e celebra-se o Dia Mundial da Poesia. A minha sugestão, para um momento tão especial, é que saia de casa e de um passeio a pé. A seguir vá jantar fora, mas coma apenas uma sopa. Poupa dinheiro e melhora a sua saúde. Com o dinheiro que não gastou, a encher-se de gordura e açúcares, compre um livro. 

Na presente ocasião, nada vem mais a propósito que um livro de poesia. 

Há pouco tempo um amigo mostrou-me uma obra de poesia cujo nome é:  VERÃO, de autoria do poeta e médico brasileiro MARTINS FONTES. 

Na altura, passei os olhos pelos poemas e gostei tanto, que fui à procura do livro para comprar. Encontrei-o na Wook (www.wook.pt). 

Deixo aqui a capa do VERÃO e também as palavras do poeta. Pois, como em março também se comemora o Dia Internacional das Mulheres, uso as palavras de MARTINS FONTES, para homenagear o universo feminino. 

Até breve, Natália







                      


                                                             Religião

                                                          Creio que Deus foi inspirado
                                                         Pelo ideal de um grande amor!
                                                         E, como um Poeta apaixonado,
                                                         Fez a mulher e fez a flor.

                                                         Fez, completando a obra divina,
                                                         Para ser justo em seu mister,
                                                         Da rosa, a carne feminina,
                                                         O lírio, da alma da mulher.

                                                         Vivem na terra confundidas
                                                         Essas imagens ideais,
                                                         Ambas formosas e queridas,
                                                         Mas tão diversas, sendo iguais.

                                                         Pois nem o lírio, nem a rosa,
                                                         Têm esse encanto singular,
                                                         Essa expressão maravilhosa,
                                                         Que há no sorriso de um olhar!

                                                         Oh! A mulher é incomparável!
                                                         Não tem um símile sequer!
                                                         É indefinível e adorável!
                                                         É mais que a flor, porque é mulher!

                                                         Ela é a suprema inspiradora!
                                                         Ela é a suprema adoração!
                                                         E criatura, e criadora,
                                                         Ela é maior que a criação! 


quarta-feira, 6 de março de 2013

A moda no século XVIII



Uma renovada conceção de pensamento, sobrevinda do Iluminismo, aliada às manifestas ligações artísticas ao Barroco e ao Rococó marcam profundamente o século XVIII (1701-1800) na Europa. Podendo, esse, ser retratado, inclusive, como um período possuidor de uma aristocracia inútil, que levava uma vida excessivamente sumptuosa e fútil.

No que trata à moda, aquela época, mais precisamente até 1780, vinha mantendo a tradição de produzir tecidos e roupas através de meios artesanais.

Foi nesse mesmo século XVIII que a França passou a ditar a moda europeia. O excesso de pó de arroz, de muitos brilhos, de perfumes e de perucas cacheadas tornaram-se símbolos a serem respeitados e imitados por aristocratas de outros países, e apenas por aristocratas, por que o comum dos humanos não possuía possibilidades financeiras para se “emperiquitar”.

Curiosamente, apesar de todo o luxo, os nobres franceses não tomavam banho, logo, os perfumes passaram a ser importantes na higiene diária, colocados em pequenos retângulos de linho e servindo para lavar as áreas mais “preocupantes”. Eram aplicados também no rosto das senhoras, pois avivavam a pele (que com o passar dos anos exibia delicadas marcas de envelhecimento), sendo também utilizados como desinfetantes e purificadores.

Em 1709, quando o perfume atingiu um estatuto social altíssimo, Nicolas Lemery (1645-1715) sugeriu três categorias, logo adotadas, para demarcá-los por qualidade: parfum royal, parfum pour les bourgeois e parfum des pauvres.

Em 1712, Thomas Newcomen (1663-1729) instala um engenho para escoar a água que se acumulava nas minas de carvão em Staffordshire, na Grã-Bretanha. A novidade está, em ser este aparelho o primeiro acionado a vapor e, graças a ele, sessenta e oito anos depois, o mundo vir a passar por uma grande transformação manufatora.

Em 1740, os nobres consideram o banho como uma prioridade, ora como passatempo, ora como moda, ora como exercício terapêutico, dedicando a ele um espaço luxuosamente ornamentado dentro das suas residências: a casa de banho. Os pobres continuavam sem banho e a fazer as suas necessidades em buracos no quintal das casas.

A partir de 1765 uma série de acontecimentos vai impulsionar a moda: nesse mesmo ano, James Watt (1736-1819) produz um condensador que vem, no ano de 1774, a ser o responsável pelo surgimento da máquina a vapor. Em 1769, Richard Arkwright (1732-1792) inventa a máquina de fiar e Nicolas Cugnot (1725-1804) o veículo rodoviário a vapor.

A partir de 1774, Maria Antónia Josefa Joana de Habsburgo-Lorena, ou simplesmente, Maria Antonieta (1755-1793), chega ao poder em França e com ela surgem várias mudanças no comportamento dos nobres franceses. Foi graças a esta senhora que desponta a primeira criadora, ou costureira, de renome: Rose Bertin (1747-1813), a responsável pela transição do conceito modista para fashion designer

Foi Rose Bertin a criadora dos bem acabados vestidos amplos, volumosos e pregueados que encantaram a Europa, bem como os corpetes folgados, os panniers (cestos ou aros laterais) e as farthingales (argolas) na armação das saias, os penteados muito altos e espampanantes, cobertos de elementos decorativos e com soberbos enchimentos, a maquilhagem empoada, os chapéus enormes - infelizmente - cheios de plumas de animais nobres.

No já anunciado ano de 1780, o somatório de transformações tecnológicas traz um violento impacto no processo da produção, ocorrendo com isso uma mudança económica e social de vulto em muitos setores da sociedade europeia. Foi exatamente nesse momento que a Era da Agricultura foi ultrapassada, fazendo com que o surgimento da máquina substituísse o trabalho humano, alterando de imediato a relação capital/trabalho, estreitando as relações entre diversos países e dando mote à conhecida cultura de massa. O ponto negativo dessas transformações foi o surgimento do capitalismo, que levou o ser humano a mudar os seus valores morais, deteriorando-os.

Em 1790 a Europa assiste, em deslumbramento, ao grito de Liberdade, Igualdade e Fraternidade saído das vozes que nortearam a Revolução Francesa, e com ela, surge um novo sentido de vida e, naturalmente, de moda.

Em 1814, George Stephenson (1781-1848) revoluciona os transportes com a invenção da locomotiva a vapor, e com isso torna a Revolução Industrial uma certeza.

Mas, isso é outra história!

Rui Calisto

Colaboradores

Por forma a valorizar o presente blog de moda, irei convidar algumas pessoas da área artística a escrever alguns artigos. 

Assim, comecei por convidar o escritor Rui Calisto, que simpaticamente acedeu à minha solicitação e será um colaborador regular. O seu primeiro artigo fala de moda com história e será publicado em breve.

Natália

sexta-feira, 1 de março de 2013

Moda é Revolução (embora pacífica)


Quem me conhece sabe que há uma frase que eu repito com frequência:  "A injustiça enerva-me".  E, de facto assim é.  

Está marcada mais uma manifestação em Lisboa, e que será no dia 2 de março de 2013, sob o lema Que se Lixe a Troika.

Vá à manifestação, mas mostre que não luta apenas contra a Troika. A luta, nestes termos, é facilmente desarmada, com o argumento de que o país tem de cumprir aquilo a que se obrigou. E, provavelmente, os senhores ministros voltarão a mostrar que não nos levam a sério, com afirmações do tipo: “Os portugueses são o melhor povo do mundo”.  

Mostre sim, que não se conforma com a desonestidade das pessoas que nos têm governado desde o 25 de Abril de 1974. Foi a corrupção e o oportunismo, dos políticos, que nos trouxe até aqui. O problema é que parece que ninguém aprendeu com as experiências passadas, pois a corrupção mantêm-se e amplia-se com os que ocupam o poder atualmente.

Não faça como muitos dos meus queridos antigos colegas de faculdade, que, porque têm empregos estáveis e bem remunerados, acham que não devemos dar importância aos roubos, a maior parte deles legais, perpetrados pelos políticos e sua rede de amigos e protegidos.

Parece que, desde que tenhamos a nossa vidinha a caminhar de feição, à nossa volta, podem roubar à vontade que o assunto não nos diz respeito.

Mas diz respeito a todos nós!

Ainda ninguém se deu ao trabalho de somar tudo aquilo que é, considerado pelas "mentes superiores",  de somenos importância. Provavelmente, feitas as contas do que se gasta com, por exemplo: a criação de organismos, propositadamente para dar cargos de direção aos amigos; ajudas de custo fantasmas; ordenados obscenos; e reformas superiores a cem mil euros/mês, o país, e todos nós não estaríamos na situação atual.

Quando falo em organismos criados com o intuito de arranjar emprego para os amiguinhos, estou a lembrar-me, mais uma vez a título de exemplo, da Inspeção Regional das Pescas e da Inspeção Regional do Ambiente, ambas nos Açores. Alguém saberá para que servem, além, é claro, de dar emprego a alguns incompetentes?

Ficou-me na memória, há cerca de dez ou onze anos, uma reportagem feita com o Diretor Regional das Pescas dos Açores, que, quando lhe perguntaram como estavam a correr os processos de contra ordenação da competência da IRP (Inspeção Regional das Pescas), ele respondeu que estavam a correr muito bem, estavam a seguir os trâmites normais dos tribunais.  Obviamente que, com uma resposta destas, este senhor mostrou que não fazia ideia de quais são as funções da Inspeção Regional e, muito menos, de quais são as suas próprias funções.  

Organismos como os acabados de referir há muitos pelo país, e são bons exemplos do dinheiro, que é de todos nós, mas que vai parar a bolsos indevidos, por processos escusos, porém, cobertos com a capa da legalidade.

É por isso que devemos pedir muito mais do que a nossa vida de volta. Devemos pedir um futuro e um presente para o país.

Portugal só será um país de que nos possamos orgulhar, onde ninguém passe fome e todos tenham habitação, quando acabarem as situações que permitem que muitos, indevidamente, tenham demais. Quando falo dos que têm demais não estou a referir-me, naturalmente, aos que trabalham e investem, e tiram daí bons resultados financeiros, esses têm o meu aplauso. Mas, concordarão certamente comigo, que ninguém merece receber uma reforma de mais de cem mil euros/mês. É por existirem, de facto, reformas com esses valores, que muitos têm reformas e salários miseráveis. O dinheiro é um bem escasso, todos sabemos disso.

Devemos acabar com a caridadezinha e resolver os problemas na sua raiz. É que, como dizia o célebre índio: tudo está ligado.

Os senhores ministros e afins roubam, mais ou menos descaradamente, e depois querem tentar convencer-nos de que somos nós os culpados: Que vivemos acima das nossas posses. É revoltante ouvir esse discurso, e mais revoltante ainda é ver que muitos portugueses acreditam nele e resolvem repeti-lo.

Estou a lembrar-me, especificamente, do infeliz comentário da responsável pelo Banco Alimentar contra a Fome, pessoa pela qual até tinha alguma consideração. É mais uma que ouviu o estúpido discurso, acreditou nele e quis corroborá-lo. A avaliar pelas dimensões da  dita senhora, ela sim andou a alimentar-se acima das suas necessidades, senão económicas pelo menos físicas.  

Não somos um povo de miseráveis como nos querem fazer pensar. Temos direito, como todos os povos, a muito mais do que simplesmente sobreviver.

Mesmo que não estejamos a sofrer privações de cariz económico, por dever de solidariedade, pelos nossos filhos e pelas gerações seguintes, temos de aproveitar e fazer deste difícil momento, para quase todos, um ponto de viragem.

Os políticos da atualidade não são apenas desonestos e corruptos, são, também, pouco inteligentes. Senão vejamos:

Podemos começar pelo senhor presidente da República. Há quem considere que ele fala pouco, eu acho que fala demais e, sobretudo, diz muitas asneiras.  

Em 2011, sua excia, vem aconselhar os portugueses a poupar, a diminuírem substancialmente o consumo. Evidentemente, isso só se tornou problemático porque muitos portugueses seguiram a sua orientação:

Não somos apologistas do consumismo, mas qualquer pessoa percebe o resultado da redução drástica do consumo: falência do comércio e da indústria, com o natural aumento do desemprego, e, por arrasto, diminuição do pagamento de impostos,   que, por consequência, leva à necessidade de baixar os salários na função pública.  

E, desta forma, a crise que, de 2008 a 2011, era psicológica para os consumidores, e real para os comerciantes e empresários, passou, como se compreende, em 2012, com a inevitável redução de salários, a ser real para todos.

Todos os empresários e todas as pessoas que trabalhavam no comércio e na indústria conseguiram prever o que viria logo depois. Mas o senhor presidente da República precisou de ver para crer.   No entanto, devo confessar, que irei ficar sempre com a dúvida de saber se o conselho de poupança, dado aos portugueses, se tratou de falta de clareza de espírito ou bem pensada má fé, como forma de ajudar à capitalização dos bancos com os depósitos das poupanças particulares. De qualquer forma, nenhuma das hipóteses abona a favor do senhor presidente. Entre burro e manhoso venha o diabo e escolha... quem fica a perder somos sempre todos nós.

Numa tirada “de génio”, o senhor presidente da República, ao mesmo tempo que aconselha a poupança dos consumidores, aconselha as empresas a produzir mais. Ficamos sem saber o porquê de aumentar a produção. O senhor presidente precisa, certamente, que lhe expliquem que, quem produz precisa de escoar a produção através das vendas.

Em finais de 2012, o mesmo senhor, vem dizer que o consumo não podia ser tão drasticamente reduzido, pois isso teria consequências na economia do país.  

Conclusão brilhante, sim senhor, mas isso já sabíamos! O consumo foi reduzido, o comércio e as empresas faliram, e sua excia continuou como se não tivesse qualquer responsabilidade no assunto.

Por outro lado, quando todos nós já sabíamos,  e muitos  apregoavam, que austeridade só podia gerar austeridade, o governo prosseguiu na sua caminhada obstinada de conduzir o país para lado nenhum, sem o menor conhecimento das mais elementares regras da economia. Errou todas as suas previsões e acha que pode continuar, à semelhança do senhor presidente da República, a assobiar para o ar.

Um governo assim não faz falta. Um governo assim tem de ser obrigado a demitir-se.

No dia 2 de março vamos manifestar-nos contra a injustiça, contra a corrupção, e pela queda do governo e do presidente da República.

Mas vamos fazê-lo de forma absolutamente pacífica, para que nunca percamos a razão. Cantando, parece-me muito bem. Sugiro que não nos calemos até que os actuais governantes desapareçam das nossas vidas.  

Pode demorar dias, pois eles já mostraram que estão dispostos a lutar pelos tachos. Mas, nós podemos revezar-nos, podemos ir para o trabalho cantando, podemos usar as buzinas dos carros, o que importa é: NÃO PARAR ATÉ QUE ELES VÃO EMBORA!

E como o figurino também pode ser uma forma de luta, acho que, todos nós, como modo de mostrar a nossa unidade, deveríamos vestirmos-nos com a  mesma cor. Essa cor, sugiro que seja o preto. Para nos proteger do sol o melhor é usar um chapéu. E porque o estilo é importante, o toque final poderá muito bem ser um lenço vermelho no pescoço.

Poderemos ser lembrados como os que mudaram um país, apenas com uma canção e um figurino. Vamos fazer por isso!

E quando o governo cair o que faremos? Nomear uma comissão de cidadãos que tenham dado mostras de honestidade e competência, parece-me uma das possibilidades. Outra será, através das eleições, eleger um partido que nunca tenha estado no governo.

Não fiquem em casa, ou a trabalhar com o argumento de que é assim que o país vai para a frente. O país não vai para a frente enquanto continuarmos a ser governados por ladrões e corruptos. Não pensem apenas nas vossas vidas.
  
Ser solidário está na moda!!!!!!!!!

Natália